nada terei
deixarei
que levem tudo
sem hesitar ou sentir remorso,
deixarei que quebrem tudo
sem ter pena do quebrado
Por hoje não terei nada
e levarei comigo
apenas essa pequena carga
tão leve e graciosa
Que de tão simples
só tem a ela mesma:
o nada.
então é isso
por hoje terei só a mim
Podendo assim voar
aos cantos mais remotos
como um saco vazio
Sem furo, é claro!
5 comentários:
Belo. Muito belo. Adorei a imagem:” Podendo assim voar/aos cantos mais remotos/como um saco vazio”. Só a marginália poética tem o absurdo de tal beleza. A simpatia e sensibilidade, verso solto como um saco voando pela cidade. Estou guardando seus versos. Parabéns.
Lisonjeada, poeta...
já eu fico com a imagem "deixarei que quebrem tudo
sem ter pena do quebrado" e mais que imagem quando você tece esse poema de maneira tão sublime você vai abrindo sentimentos e desejos de simplicidade no coração dos leitores eu amei muito E eu estou tão feliz por ter convivido e redescoberto uma pessoa que é uma poeta maravilhosa como você
a leveza de se soltar das bagagens-fardos inuteis que pesam o vôo mais alto. sabias palavras num belo poema...
bom mesmo eh senitr o que o poeta sente quando põe pra fora suas palavras.
Obrigada Aluisio!
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